Este Espaço

Criei este espaço para dividir, meus momentos, meus sonh os, minhas fantasias e meus desejos com vocês. Venham me conhecer.
Parei de escrever um Blog que tinha, com um ex-companheiro,
(http://meninalevadamestreferreiro.blogspot.com.br) ,sobre nossas experiências e nossa vida sexual, vida no meio liberal e no meio BDSM, com o fim do relacionamento, abandonei definitivamente o BDSM, resolvi importar algumas coisas do antigo Blog pra explicar todo este meu processo de transformação. De deixar de ser uma mulher submissa, mas infeliz, e me tornar uma mulher livre, mas feliz. SIMPLES ASSM.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Desejo Inevitável


por Lena Lopez


Há dias em nossas vidas que o desejo surge de forma inevitável e essas horas, tornam-se irremissíveis.
Sentada em um canto, ela sentia um estado de torpor latente, resistia ao desejo que consumia o seu ser, mas sabia que não poderia retroceder. Sentia-se febril, uma vontade louca secava-lhe a boca e mesmo que resistisse aos caprichos da sua alma, ela a desejava insaciavelmente.




Desde o dia do oráculo, quando recebeu sua sina e seu fado tornou-se incessante em seu corpo, tornou-se lasciva. Não descansava um segundo com seus pensamentos profanos e aquela noite, era mais uma daquelas, nas quais não dormiria sem satisfazer suas vontades.
Os olhos no teto, o corpo encolhido no canto, o pensamento dando voltas e não a deixando em paz. Um desejo latente fazia suas carnes tremerem, mais ainda, naquela noite de Dia das Bruxas.
Arrependera-se à tempos, por ter aceitado receber seu destino, mas havia jurado e haveria de honrar o juramento até sua morte ou, até o dia que pudesse quebrar o encanto e passar o seu fado para uma outra. Seria assim, uma criatura vazia, capaz de enfeitiçar quem ousasse olhar para ela, capaz encantar os olhares com a sua beleza diurna e apavorar qualquer um com sua feiura noturna. 
As noites para ela eram verdadeiras torturas, sua aparência dantesca não a possibilitavam satisfazer seus desejos e escondia-se nas sombras da noite, à espera do dia. Sabia como quebrar o encanto da noite, mas precisava criar coragem e sair, a fim de encontrá-la.
Quase podia senti-la, entre os seus dedos ao alcance dos seus lábios, salivava ao lembrar do seu saboroso néctar, enlouquecia sentindo na boca o gosto umedecido da suculenta fruta, sucumbia à lembrança do aroma de extremo prazer. Entreabria a boca aguada e no peito palpitava as ansiedades, contornava os próprios lábios com sua língua insaciável, precipitando o sabor e, engolindo a saliva tentava saciar-se com o que ela não tinha na boca, mas desejava ardentemente. 
Tamanha era sua gula, que não se importava como ela fosse. O tamanho, o formato, a cor, eram questões meramente secundárias, desde que a tivesse para si, entre seus lábios carnudos, para em êxtase, sorver a sua saborosa essência.
O que fazer, pensava ela, encolhida ao canto escuro. O que fazer com esse desejo incontrolável, muito maior do que ela. 
Era tarde da noite e ela rendeu-se. Rompeu com seus medos e desafiando as sombras e o frio, saiu às pressas, do jeito que estava. Escondendo sua feiura de becos em becos, o aspecto horrendo esgueirava-se pela escuridão. Sozinha e com medo foi na direção do cais, onde ainda havia movimento. Comerciantes buscavam recompor seus estoques, feirantes abasteciam-se com frutas deliciosas, meretrizes esperavam os clientes, vadiagem de todos os tipos de um lado para o outro. Paisagem grotesca e decadente, perfeita para ela. 
Sorrateira, no escuro entre as caixas, procurava por ela e finalmente encontrou-a. Ela estava ali, bela à sua frente, pronta para ser sorvida. Cautelosa esticou sua mão e num bote certeiro trouxe-a para si.

- Ah! Deliciosa maçã!

À primeira mordida o encanto passou, a ogra tornou-se bela, pronta para sair à conquista e satisfazer seus desejos e libido, naquela noite fria.


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