Este Espaço

Criei este espaço para dividir, meus momentos, meus sonh os, minhas fantasias e meus desejos com vocês. Venham me conhecer.
Parei de escrever um Blog que tinha, com um ex-companheiro,
(http://meninalevadamestreferreiro.blogspot.com.br) ,sobre nossas experiências e nossa vida sexual, vida no meio liberal e no meio BDSM, com o fim do relacionamento, abandonei definitivamente o BDSM, resolvi importar algumas coisas do antigo Blog pra explicar todo este meu processo de transformação. De deixar de ser uma mulher submissa, mas infeliz, e me tornar uma mulher livre, mas feliz. SIMPLES ASSM.

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Quatro mitos sobre a exclusividade

Os eternos debates no meio BDSM sobre exclusividade e irmãs de coleira entre as submissas, me inspiram a expor minha visão sobre o tema, que para mim sempre foi um tema instigante, até mesmo apaixonante.
Muito antes do BDSM, sempre me questionei sobre o porquê de tantas lágrimas e dores, quando se sabe que alguém tem uma experiência, seja amorosa ou sexual, com uma pessoa fora da relação estabelecida. Sempre me interessei sobre a natureza do ciúme, da tendência à exclusividade nas nossas relações, do desejo e da atração.
Toda vez que me aprofundo no tema, encontro o que chamo de mitos a respeito das relações, fortes núcleos de resistência, baseado em convicções sociais, morais ou religiosas, que muitas vezes distorcem a realidade do desejo e do prazer.
Primeiro de tudo! Não podemos conversar seriamente a respeito do tema se não levarmos em consideração uma coisa básica: nós, homens e mulheres, pensamos diferente, sentimos diferente, temos uma alma distinta, uma psicologia distinta.
Isso é maravilhoso, pois é justamente por isso que gostamos do sexo oposto, porque é oposto. Sentimos atraídos pela energia que nos falta e buscamos unir as duas no sexo e nos sentir assim inteiros por alguns instantes, fundidos, uma só energia, um só ser.
Não há como negar, basta ver os debates, as angustias nas relações. Homens tendem a querer experiências com mais de uma parceira para se sentirem satisfeitos, felizes e livres. Mulheres necessitam de exclusividade para se sentirem seguras, amadas e especiais. Não tem como fugir desse fato, nesse ponto o criador foi bem humorado e pensou: vou fazer eles bem diferentes para ver o que acontece, vai ser divertido!
Mas o problema todo começa porque um exige que o outro pense ou sinta como ele pensa e sente. E ai começa o tormento. Porque você age assim, se eu não faço isso com você? Porque você precisa disso? Eu não sinto falta, porque você sente? Simples, porque somos diferentes, temos necessidades diferentes, visões diferentes.
Primeiro mito: um mito clássico e muito conhecido é a famosa frase: quem ama não precisa de mais nenhuma outra pessoa. Esse raciocínio não é uma verdade absoluta, é uma verdade relativa que surge muitas vezes da visão feminina. A mulher envolvida pensa assim: se meu homem quer outra mulher, deseja outra mulher, logo algo deve estar errado comigo, eu não devo estar satisfazendo ele o suficiente, não devo estar sendo boa o suficiente, pois se eu o completasse, ele não estaria buscando isso.
Não é assim! Esse é o segundo mito: ele não busca outra experiência porque a experiência dele atual está ruim. Absolutamente! Pode estar sendo uma experiência maravilhosa, pode estar sendo lindo, mas ainda assim não negaria outra experiência que seja divertida, prazerosa, interessante, instigante, bonita.
Ele continua amando plenamente a parceira atual! Para o homem, o envolvimento não tem nada a ver com o que ele sente pela parceira. Mas para a mulher tem, e muito! Ela se compara, se mede, se avalia, avalia a relação, questiona o amor do homem por ela e vai por estradas que o homem não entra e muitas vezes nem entende.
Terceiro mito: uma mulher não pode amar dois homens ao mesmo tempo, um homem não pode ter sentimentos por duas mulheres. A gente sempre pensa que um é amor e com o outro é somente excitação, sexo, atração física, diversão. Sentimentos por dois é algo impossível. Será mesmo que isso é algo tão certo?
Sei que todos vão achar que é diferente, mas um mestre pode ter mais de um discípulo e amar eles igualmente. Um pai pode ter três filhos e amar eles igualmente, se temos dois animais em casa, amamos da mesma forma.
Ah não, pera ai, vão alegar rapidamente alguns com vigor! Amor de homem e mulher não tem nada a ver com amor de mãe, de mestre, de dono de dois cachorrinhos! Você está falando absurdos! Sabe por que pensamos assim? Por causa do quarto mito.
Quarto mito: confundimos amor com posse, amor com apego, amor com sexo, com carência, com dependência e misturamos tudo no mesmo saco escrito amor. Por isso que chegamos a conclusão que amor não pode ser dividido, compartilhado, porque na verdade estamos falando de posse, de objeto de nosso apego e não de amor de fato, puro, incondicional, como os pais tem por três filhos ou temos por dois animais.
Devem existir mais mitos a respeito desse tema, pois ele é muito complexo, vasto, profundo e por isso me encanto com esse assunto desde a adolescência e sempre questionei a instituição de uma relação fechada, absolutamente exclusiva, como se fosse moralmente superior, de luz, bonita, enquanto a infidelidade é algo cruel, sujo, pecaminoso, promiscuo, animal, instintual. Acho que devemos evoluir nisso.
Contemplando esses quatro mitos e tentando entender profundamente que atrações nada tem a ver com amor, que não buscamos uma porque a atual não nos completa, que sentimentos podem sim ser compartilhados e que homens e mulheres muitas vezes pensam e necessitam de experiências distintas, creio que assim podemos um dia ter mais paz nas relações, aceitações, mesmo que sejam tolerâncias ainda não compreendidas.
Mas não tratar esse tema com ferro e fogo, com radicalismos do tipo, se isso acontecer está tudo acabado entre nós, teremos evoluído um pouco mais em nossas relações.

Fonte: Senhor-RJ, publicado no site Fetlife


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